Outubro Rosa: Câncer de mama já levou a internação de 2.842 mulheres em 2025
Na Bahia, 36 homens também foram hospitalizados. De acordo com a Sesab, 920 pessoas morreram pela doença neste ano

Criada no início da década de 1990, a campanha “Outubro Rosa” é um importante movimento internacional de conscientização para o controle do câncer de mama, doença que deve registrar, até o final do ano, mais de 73.610 novos casos no Brasil, de acordo com a publicação “Controle do Câncer de Mama no Brasil: Dados e Números 2025”, lançada pelo Ministério da Saúde e pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca) neste mês de outubro.
Na Bahia, a neoplasia já causou a internação de 2.842 mulheres e 36 homens este ano, segundo dados da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab). O órgão estadual ainda informa que as mortes pela doença somam 920, sendo 912 mulheres e oito homens. A maior incidência, entre o público feminino, está na faixa etária entre 40 a 69 anos.
“A incidência de câncer de mama aumenta com a idade. A maioria dos casos é diagnosticada em mulheres após os 50 anos. No entanto, é importante ressaltar que mulheres mais jovens também podem ser afetadas. Dados recentes mostram que a faixa etária entre 40 e 49 anos concentra 23% dos casos e, por isso, o Ministério da Saúde ampliou o acesso à mamografia para essa idade no SUS. Já a maior parte dos casos, quase 60%, ocorre entre os 50 e 74 anos, o que justifica a ampliação do rastreamento até essa faixa etária”, explica a radiologista Carolina Neves, gestora médica do Serviço de Imagem do Sabin Diagnóstico e Saúde.
A médica pontua que as mulheres devem ficar atentas aos principais sinais e sintomas que podem indicar o câncer de mama, como nódulo (caroço) na mama ou axila, geralmente indolor, mas que pode apresentar sensibilidade; alterações no tamanho ou formato da mama, com um dos seios podendo ficar maior ou ter um contorno diferente; pele da mama alterada, com vermelhidão, inchaço, aspecto de “casca de laranja” (ondulada, com poros dilatados), coceira ou descamação na pele do mamilo ou da mama; bico do peito invertido ou retraído; saída de secreção pelo mamilo, especialmente se for espontânea, transparente, rosada ou avermelhada; e dor na mama ou no mamilo, apesar de menos recorrente.
“Os sintomas e sinais mais comuns do câncer de mama podem variar, mas é fundamental estar atento a qualquer alteração. E, na presença deles, é crucial procurar um médico imediatamente para iniciar as investigações”, alerta a médica, explicando que as mesmas orientações valem para os homens.
De acordo com a Sesab, nos últimos cinco anos, 284 homens foram internados com câncer de mama no estado, com maior incidência entre o público de 45 a 69 anos. Até julho deste ano, já foram registradas 39 internações.
“Assim como as mulheres, os homens devem conhecer o próprio corpo e procurar um médico ao notar qualquer alteração suspeita na região mamária ou axilar”, afirma a radiologista, acrescentando que o público masculino não deve subestimar os sintomas.
“Pelo fato de o câncer de mama ser raro neste público, muitos homens podem ignorar os sinais, atrasando o diagnóstico e o início do tratamento”, pontua. Ela ainda aconselha que, em caso de histórico familiar de câncer de mama ou mutações genéticas, é importante discutir com o médico sobre a necessidade de exames de rastreamento.
Fatores de risco
A radiologista Carolina Neves esclarece ainda que os fatores de risco para câncer de mama podem ser divididos em modificáveis e não modificáveis. Entre os fatores não modificáveis, sobre os quais não se tem controle, estão: a idade; o histórico familiar (especialmente quando há parentes de primeiro grau, como mãe, irmã ou filha com câncer de mama, principalmente antes dos 50 anos); predisposição genética; menstruação precoce e menopausa tardia (devido à maior exposição hormonal ao longo da vida); e a densidade mamária, que pode dificultar a detecção de tumores na mamografia.
Já os fatores de risco modificáveis, sobre os quais é possível agir, incluem, por exemplo, obesidade e sobrepeso (especialmente após a menopausa); consumo de álcool (mesmo em quantidades moderadas, eleva o risco); sedentarismo e o tabagismo, que aumenta o risco de diversos tipos de câncer, incluindo o de mama.
Prevenção e tratamento
Os avanços na prevenção e tratamento do câncer de mama são constantes e significativos, beneficiando tanto mulheres quanto homens, como destaca a gestora médica do Serviço de Imagem do Sabin. Ela ressalta que, entre os avanços na prevenção e no diagnóstico precoce, estão a ampliação do acesso ao rastreamento, com a decisão do SUS de garantir mamografia para mulheres de 40 a 49 anos e estender o rastreamento até os 74 anos; as novas tecnologias de imagem, como a mamografia digital, tomossíntese (mamografia 3D) e ressonância magnética das mamas, que oferecem maior precisão na detecção de lesões pequenas; e os testes de genômica, permitindo estratégias de prevenção personalizadas, como acompanhamento mais rigoroso ou cirurgias preventivas.
“Outro ponto importante é a conscientização por meio de campanhas como o Outubro Rosa, que são cada vez mais eficazes em educar a população sobre a importância do autocuidado e da busca por exames”, pontua.
A médica destaca também os avanços no tratamento contra a doença, como os medicamentos que agem especificamente em características moleculares das células cancerígenas, oferecendo tratamentos mais eficazes e com menos efeitos colaterais; a imunoterapia, que estimula o sistema imunológico do próprio paciente a combater as células cancerígenas; e a medicina de precisão/ genômica, que analisa o perfil genético do tumor para guiar a escolha do tratamento mais adequado.
“Esses avanços representam um caminho promissor para aumentar as taxas de cura, melhorar a qualidade de vida dos pacientes e personalizar cada vez mais o tratamento do câncer de mama”, conclui a radiologista.
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